Vinte anos sem o herói Ayrton Senna

Amigos, neste feriado de 1 de Maio, farão exatos 20 anos da perda do nosso maior ídolo, do nosso herói dentro e fora da esfera desportiva, Ayrton Senna da Silva, por questão de tempo a gente acaba deixando de comentar vários temas que gostaríamos de abordar. Mas não poderíamos deixar de falar desse grande exemplo que é Ayrton Senna, e como sabemos que haverão inúmeras homenagens à ele entre hoje e amanhã, vamos fazer um pouco diferente, quero falar um pouco do que Senna representou na minha vida, um garoto nascido em 1987, que graças à boa memória tem a oportunidade de lembrar momentos inesquecíveis desse ídolo (e claro, a gente pesquisou o que não lembra).

Falando esportivamente, me soa estranho o fato daqueles comentaristas que se baseiam apenas em números (no futebol eles são venerados) irem contra a maré e acharem que Senna foi inferior a pilotos que vieram depois dele pela questão dos números e da quebra de recordes. Os tempos eram outros, ninguém jamais fará o que Senna fez numa equipe como a Toleman, que equivale ao que hoje seria uma Catherham, vencer corridas com marchas a menos, fazer o que fez na foto inicial, em Interlagos, onde viveu esse drama e mal tinha energia para levantar o troféu da vitória, fora o exemplo de homem que ele foi, não, ele não era santo, respondeu Prost na mesma moeda e disse não ser Cristo para dar a outra face. Mas tirando isso, jamais demonstrou qualquer falha de caráter, ao contrário, deixou muitas importantes mensagens e lições, que além de seu talento na pista (que não era apenas na chuva como uma marca famosa dá a entender) tornam seu legado eterno, todos nós passaremos e a memória dele seguirá viva e exaltada.

Como eu dizia no texto, sou um cara de boa memória, e acho que a trajetória de Senna auxiliou muito nisso, algumas das primeiras lembranças vivas daqueles tempos até hoje são de corridas de Senna na McLaren, à partir de 91, assistindo junto ao meu eterno Pai, que se foi em 96, as lembranças com ele vão ficando a cada dia mais rasas, mas se há Senna, tenho certeza de que ao menos essas sobrarão, eram momentos de comoção, por vezes assisti sozinho, um desses dias foi o fatídico 1 de Maio de 94 em Ímola, lembro-me do acidente do dia anterior que vitimou Ratzenberger, e o clima ficou muito ruim, a expressão de Senna era como de um soldado que vai para uma guerra perdida, parecia que ele já sabia o seu destino, lembro-me da apreensão especialmente de minha eterna mãe (que se foi em 2007) achando que ele não deveria correr, e lembro-me do acidente, e do que ocorreu depois, a ficha não parecia cair, eu não queria acreditar, mas Senna havia partido, se serve de consolo, partiu fazendo o que mais amava, partiu vivendo o seu sonho, o seu maior objetivo de vida, partiu como o grande herói que era.

É isso, reviver tudo isso emociona a gente, muito provavelmente essa nem seja uma homenagem digna do que Ayrton merece, mas é o relato de um fã, de um súdito de Ayrton, e tanto como fã, mas analisando tecnicamente, ninguém jamais fez, nem fará o que Ayrton fez, e numa época de grandes pilotos, e que o equipamento não tinha 10% dos recursos que tem hoje, vale para os "numerólogos" pensarem sobre isto.

Na nossa cobertura anterior da F1, já fiz isso, mas quero novamente parabenizar à todos os envolvidos na Série do Esporte Espetacular da Globo sobre Ayrton, um trabalho verdadeiramente lindo, uma homenagem que mostra quem ele foi, inclusive para quem não o conheceu, se é que isso é possível o respeito de todos por ele aumentou ainda mais, parabéns á todos.

Por fim, quero deixar aqui uma frase de Ayrton que reflete muito a minha maneira de enxergar a vida: "Não importa o que você seja, quem você seja, ou o que deseja, na vida a ousadia em ser diferente reflete no seu caráter, em quem você é. E é assim que as pessoas se lembrarão de você um dia". (Ayrton Senna da Silva), Ayrton Senna, do Brasil.

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