Bem amigos, uma grande tragédia se abateu sobre o Brasil, sobre a família do Ex-Governador Eduardo Campos, sobre a família dos demais tripulantes do vôo que tinha como destino o pouso em Santos na manhã do dia 13 de Agosto, o fato tragicamente curioso, é que apesar de veículos como a Record e a BAND terem antecipado o seu falecimento através do Twitter do Deputado Márcio França, a TV Globo, na voz de Sandra Annenberg confirmou a morte de Campos exatamente as 13:13, algo morbidamente emblemático, que nada pode explicar. Uma grande fatalidade, que vitimou seres-humanos, e um homem que boas ou não, tinha ideias para o país, era um quadro político claro, apoiado maciçamente pelo Estado que o consagrou, e era um homem de ideias arejadas para o país, um jovem de 49 anos engajado. A sua perda é, aceitem os "Apolíticos" ou não, uma perda não apenas do pai de família, de um cidadão que tinha ainda grande parte de sua vida pela frente, mas a perda de um ideal de país, e isso sempre é lamentável, como lamentamos aqui dias atrás a partida de Plínio de Arruda Sampaio (Clique), outro grande Brasileiro, um cidadão que tinha ideais de país, enfim, mais uma dura perda para o nosso já tão desgastado quadro político.

Eduardo Campos é neto de Miguel Arraes, está na política desde 90, quando filiou-se ao PSB, teve três mandatos parlamentares, participou do Governo do avô em Pernambuco. Foi ministro do Governo Lula, e duas vezes Governador de seus estado, tendo sido reeleito com a maior aprovação da história das eleições de âmbito estadual no país.

Feito esse breve resumo de sua vida política, vamos à nossa vocação que é a da Crônica. Eu não virei aqui ser hipócrita e dizer que Eduardo Campos era o meu candidato, que o considerava o quadro político ideal para o país. Até por que, nas minhas Redes Sociais, em algumas oportunidades fiz duras críticas à falta de clareza de Campos sobre como colocaria em prática, planos ousados para o país, sobretudo em relação à política Macro-Econômica, a explicação que ele dava me parecia um tanto genérica, e essa é uma crítica que mesmo nesse momento de dor, como comentarista, e uma pessoa que procura olhar as questões sociais do Brasil eu não retiro. Porém, o que comunga à favor de Campos, é que seus mandatos em PE tem uma aprovação esmagadora, o que aliás tem caracterizado o PSB, Márcio França que foi o prefeito com maor aprovação na reeleição na história do país, que o diga. Não, eu não sou partidário do PSB, meus amigos pessoais sabem a minha posição política, e honestamente eu nem á vejo representada no pleito deste ano em nenhuma esfera (no decorrer da eleição vocês entenderão o meu conceito de Política), mas sem dúvida, os fatores citados corroboram de forma favorável á candidatura de Eduardo Campos, o que é preciso deixar claro (e vale também para o candidato do PSDB) é que não adianta muito isso de "Eu fiz no meu Estado, e vou fazer no Brasil", isso é genérico demais, governar um país como o Brasil, é muito mais complexo que governar um Estado, falta nos candidatos, e falta também em Marina, essa clareza de como fazer essas transformações, infelizmente.

Sobre o quadro Político. Vejam, eu era favorável (e disse isso à ele no Twitter) à candidatura para a Presidência do Deputado Roberto Freire. Não sou partidário do PPS, ao contrário, quem me conhece sabe a minha referência política qual é. Mas exatamente no ponto que critico, que é a falta de clareza nas propostas, é o ponto que mais me agrada em Freire, acho que se ele estivesse neste pleito iria agregar muito ao debate, pela sua característica de sempre manifestar de forma clara as suas ideias, o que pensa ver de errado e a proposição de soluções para o país. Freire compreende as carências do Brasil, es estivesse ele no pleito, eu teria garantias de um debate muito mais propositivo do que tem sido o atual, mas do alto de sua grandeza, ele aliou o PPS, á chapa PSB/REDE, para dar espaço à novos quadros políticos, um ato nobre e aplaudível.

Em relação à postura do PSB, é louvável, não há clima para definição de cenário político, ao menos nesses 3 dias de luto que sucedem a morte de Eduardo. Mas está claro que Marina Silva é o quadro político natural para suceder a candidatura de Campos. Tenho muitas restrições à ela também, tanto quanto a objetividade, quanto á contradições expostas pelo próprio Plínio no último pleito. Mas é inegável que ela tem uma grande força política, e tem grandes possibilidades até também pela comoção em torno do triste fato, todos terão interesse em conhecer qual seria o legado de Campos, qual seu programa, o que ele pretendia fazer pelo país, e isso alinhado à imagem mais forte no âmbito nacional que é a de Marina, pode sim representar uma vitória do PSB, que melhor cenário para o Brasil ou não, representaria o surgimento de uma nova força. Não uma ruptura com o que aí está, eu vejo o PSB como o elo entre o que aí está, tanto na situação, como na oposição, mas diferentemente do PMDB, um elo com luz própria, um partido que tem a coragem de por exemplo, ter em seu quadro Político, nomes de confronto, como Luíza Erundina e Romário, vamos aguardar, mas em se confirmando o nome de Marina, o cenário eleitoral terá uma mudança importante.

Rapidamente, quero aqui lamentar a existência de idiotas, que se atreveram à fazer piadas nas Redes Sociais com o tema, isso é podre, independente da discordância política, ou da posição econômica de Campos, ele era um ser-humano que bem ou mal trabalhava pelo país, que ainda buscava a afirmação nacional, e que o povo de PE consagrou, então as pessoas não podem julgá-lo como um "Político à moda antiga", primeiro por que o momento é totalmente inconveniente, segundo por que ele tinha uma família que merece respeito. E por fim, outras vidas foram ceifadas, pessoas que tinham família, que tinham toda uma vida pela frente, fazer piada com a morte? Há um limite para a piada, sobretudo para quem não trabalha com o humor. O mesmo vale para a co-relação feita ao PT, por mais que eu tenha divergências com o regime atual de governo, é patético o que vimos no Twitter, é uma página lamentável da história do país, protagonizada não pelos que bradam que "só tem ladrão", e sim por quem os coloca lá, pelos responsáveis. 

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Foto: Ag. Estado.
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Adriano Garcia

Amante da comunicação escrita e falada, cronista desde os 15 anos, mas apaixonado pela comunicação, seja esportiva ou com visão social desde criança. Amante da boa música e um Ser que busca fazer o melhor a cada dia.

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