Brasileiros amigos, foi encerrado nesse domingo o pleito mais acirrado, e mais duro da história, margem apertada, ataques duros, militância virtual tresloucada de parte a parte. Todos sabem o meu descontentamento com a forma com que os caminhos políticos tem sido traçados no Brasil, e não é de hoje não, eu acompanho a trajetória política do Brasil, desde a minha concepção praticamente, e pesquisei o que veio antes, eu devo ter alguma ciência do que falo.

Essa minha indignação tem um fator fundamental, a luta pelo poder, no Brasil a ganância é pelo poder, pelo controle da máquina, não há a intenção de fazer modificações profundas neste país, a prova é que se fala em reformas desde que FHC foi eleito pela primeira vez. Essa eleição teve o lamentável viés Xenofóbico, de separar o Brasil entre "Burros" e "Inteligentes", entre "Corruptos" e "Paladinos da Ètica", entre "Trabalhadores" e "Vagabundos", entre Norte/Nordeste e Sul/Sudeste. CANALHICE PURA não existiu neste 2º turno um modelo de política que jamais teve sua legenda envolvida em investigações de crimes de corrupção, não existiu em parte qualquer do país unanimidade em torno de um dos lados, e mesmo que houvesse, qualquer que fosse a decisão teria de ser respeitada pelo lado adversário, afinal, a vontade da maioria, por mais que nos desagrade, e por mais leve que seja essa maioria, deve ser soberana em uma democracia, que estes dizem estar ameaçada por quem está no poder, mas querem intervenção ditatorial, como em tempos passados.

Reitero o que já disse nesta cobertura das eleições; Não temos de "torcer" para partidos políticos como se fossem clubes de futebol, até por que o sentimento de torcida envolve uma satisfação plena, envolve um amor que transcende as decepções, PARTIDO POLÍTICO NENHUM merece tamanho crédito, ao menos não nesta terra, onde as administrações, quando não exatamente "levianas", não foram jamais dignas de unanimidade. A guerra que vimos, que visava somente o poder, não tem sentido algum, quem quer separar o país, deve separar-se dele, o que faz o país ser minimamente competitivo, é a força de trabalho de todos, dizimar, limar da convivência dos grandes centros parte da população incorre em no mínimo uma grande ingratidão, e na realidade, num cenário catastrófico, os abutres que estão se refestelando no poder nos últimos 24 anos, não merecem que abandonemos nossa unidade nacional por conta deles. Dilma venceu, parabéns á ela, vamos fiscalizar, vamos EXIGIR  para que ela endosse o discurso de que é preciso evoluir. Não adianta nada torcer contra, falar em "Revolução", aliás, argumento do qual muitos se valeram para crer que o PT tinha de ser tirado do poder, pergunto-lhes então; Qual a diferença entre uma Ditadura e outra? Reflitam.

Feito o desabafo, e foi até modesto diante de tanto absurdo que li ontem, o que se viu ontem nas redes foi enojante, não há democracia no Brasil, e a culpa não é somente da corrente que está no poder, longe disso. Vamos falar de Aécio Neves, eu vou reiterar de forma mais dura uma crítica já feita a militância do PSDB.

O cenário era muito favorável à Aécio, porém, no que o Senador Álvaro Dias chama de; "Batalha da Comunicação", a militância do partido nas redes foi totalmente destrutiva, trouxe á tona um discurso extremamente conservador, que incorre justamente nessa separação do país citada por mim parágrafos antes, e também no achincalhamento do Bolsa Família, sendo que o discurso do candidato era outro, era um discurso nada conservador, um discurso progressista, que louvava a existência e pretendia corrigir os programas sociais, até reivindicando o nascimento deles (de forma justa, no meu entendimento), a sensação que ficou para quem "estarrecido" lia aquele festival de conservadorismo que se viu, era de que alguém estava mentindo, quem seria, a militãncia, ou o candidato? Isso afastou justamente o eleitorado progressista, o eleitorado de Marina Silva, que nada tem de conservador, a própria militância conseguiu destruir um cenário favorável em que ela foi protagonista, ao alavancar o candidato na semana final do 1º turno, a comunicação falhou, e falhou no discurso, e não na intensidade.

Aliás, o Senador reeleito com a maior votação da história no PR, incríveis 79%, foi mais uma vez cirúrgico, ao confessar no "Canal Livre", que os Tucanos e sua base de oposição, não são efetivos como era o PT nos tempos de oposição, há uma oposição ideológica, mas de pouca força prática, isso palavras dele, e o por quê disso? Por que não há força ideológica na prática política da centro-direita Brasileira, se a oposição quiser ser mais assertiva, e dar efetivo contributo para o país, precisa respeitar o resultado das urnas, e fazer uma oposição firme, fiscalizadora e ideológica.


Voltando a falar de PT, os desafios são muito claros, estabilizar a economia, não impedir investigações sobre corrupção, e reabrir as que envolvem partidos que se colocam como "Paladinos da Ética", e dar uma resposta clara ao sentimento oriundo das urnas, a força da máquina é muito grande, era inimaginável uma disputa tão acirrada, isso é sim uma resposta das urnas á insatisfação coletiva, mesmo com o resultado de vitória, a derrota viesse, teria de ser por ampla margem, a vitória também, como foi nos últimos três pleitos, não foi dessa forma por que havia a dúvida, a insegurança na população, oriunda exatamente, de uma insatisfação com muitos dos rumos que o país tem tomado, e evidente sobre os sucessivos escândalos que temos assistido, onde os envolvidos não tem nada de "Heróis Nacionais", como se procura passar, por vezes de forma subliminar, por vezes na cara dura. Como diria Eduardo Campos; "Não vamos desistir do Brasil", NÃO VAMOS SER CONTRA O BRASIL, NÃO VAMOS SEPARAR O BRASIL. É hora de nos unirmos em torno do Brasil, para que ele efetivamente volte à crescer, e efetivamente o dinheiro de nossos impostos, tenha uma aplicação efetiva.


O cenário nos estados

Vamos falar sobre o cenário nos Estados rapidamente, com destaque para o RJ. Não escondi em momento nenhum que considero o legado do PMDB no RJ, algo negativo, que me desculpe quem crê o contrário, mas creio ser um grande retrocesso, e isso era demonstrado pela população, ao levar ao 2º Turno Marcelo Crivella, que derrotou Garotinho, também pelo sentimento de que era necessária uma ruptura com os modelos que tem comandado o RJ. Porém, em nossa análise, dois fatores foram decisivos na derrota de Crivella, que havia largado na frente no 2º turno. O mais fácil de explicar, é o fato de que o RJ o levou ao 2º turno para eliminar Garotinho do cenário político, era o repúdio á corrupção, ao apadrinhamento, ao apropriamento da máquina, e ao sintetizar esse sentimento no 1º turno, o que faz o candidato? Vai atrás dele e o coloca em seu palanque durante todo o 2º turno, isso foi ultrajante. Outro fator, mais subliminar, é o receio que a população tem do tal "Fundamentalismo Religioso", eu particularmente enxergo isso em muita gente do PSC, que não compreende que o Estado é Laico, (não confunda com Laicista), e querem barrar direitos de cidadãos, com base em crenças religiosas. Sinceramente, sempre vi em Crivella um homem que privilegiou o diálogo com todos os setores, um político que sabe o seu papel, e que o estado é para todos, e não apenas para quem crê em algo, jamais o enxerguei demonizando quem não partilha de suas crenças, mas nesse caso, o medo do "fundamentalismo", venceu a esperança de novos rumos para o estado do Rio.

Dois registros rápidos, vi gente comemorando a derrota de Tarso Genro, para Sartori no querido RS, temo que a comemoração seja inútil, o que o PMDB representa? Um partido que vive de composições políticas, de conchavos, se tiver de ir com os azuis vai, se forem os vermelhos vai á contragosto, um partido que foi e é base do Tucanato e do Lulismo, derrotar PT para colocar PMDB não mostra profundidade de mudança, me desculpem. E "parabéns" ao povo de Goiás, falam tanto que o PT quer acabar com a Democracia, mas Marconi Perillo, em passado recente, cassou concessões de Rádio de adversários políticos, e os perseguiu de modo ditatorial, o pior é que o povo de Goiás sabe do que estou falando, e ainda assim referenda isso, o Coronelismo não tem cor, meus senhores. 


Quero lhes dizer que a cidadania não para aqui, aliás, nascemos com esse intuito, apesar de cobrirmos amplas frentes, em Brasil (Clique) e Descendo a Lenha (Clique), continuaremos fiscalizando a administração pública em todas as suas esferas. O recado final, é que as manifestações não surtiram efeito nas urnas, e por isso soaram decepcionantes, mas é preciso analisar de forma honesta, elas demonstraram insatisfação com a atuação de todas as esferas políticas; Legislativa, Estadual, Municipal, em cada canto do país, nenhum partido tem propriedade sobre as manifestações (ou micaretas), e elas não eram somente direcionadas á esfera Federal. Viva o Brasil, Viva a Democracia!.


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Imagens: FolhaPress
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Adriano Garcia

Amante da comunicação escrita e falada, cronista desde os 15 anos, mas apaixonado pela comunicação, seja esportiva ou com visão social desde criança. Amante da boa música e um Ser que busca fazer o melhor a cada dia.

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