Caros amigos, temos um novo (velho) campeão na Espanha! O Barcelona sagrou-se campeão pela 27ª vez do torneio, de forma invicta.

Haja orgulho! Na Final da Copa do Rei, os times tinham algo em comum: o amor à sua cultura. Bascos e Catalães deram um show à parte no Camp Nou lotado, exceto quando vaiaram o melódico hino espanhol, diante do Rei Felipe VI de Bourbon.



No campo, porém, aconteceu o que era previsto.

Por 10 minutos, os Leones estavam famintos, com a marcação compacta e, até certo ponto, adiantada, A aguerrida equipe treinada por Ernesto Valverde jogou no 4-4-2, com Iñaki Williams ao lado de Aduriz no comando do ataque, e fez frente ao time culé.

Contudo, à medida que o Barça colocou a bola no chão e começou a rodar as jogadas, o Leão se transformou em um singelo gatinho. Luis Enrique mandou a campo seu sagrado 4-3-3.

O treinador do Bilbao colocou o lateral Balenziaga (melhor no ataque do que na defesa) para marcar Messi individualmente. Por onde o camisa 10 argentino caminhava, estava um número 24 no plano focal. Ledo engano. Jogadores com tal qualidade técnica e poder de desequilíbrio, são marcados com agrupamento das linhas, isto é, com o menor espaço possível para que eles pensem.

Aos 19 minutos, a partida, que estava equilibrada, teve um toque genial, monstruoso, indescritível.
Messi partiu pela direita, cercado por três. Ele entortou Balenziaga, passou por Beñat, Mikel Rico e Laporte - enquanto invadia a área - bateu no canto esquerdo. Um gol que não precisa de adjetivos. Até a Sua Majestade reverenciou a obra-prima. 1 a 0.

Pouco a pouco, Iago Herrerín foi aparecendo como destaque individual do Athletic. No primeiro tempo, foram pelo menos quatro defesas de porte na etapa inicial. A mais impressionante delas, aos 26, em chute à queima-roupa de Piqué.

Tamanha superioridade trouxe frutos.

Aos 36, Rakitic arrancou pela meia, tabelou com Messi, na entrada da área, e acionou Suárez.

O pistoleiro, em posição legal, entrou pela direita e tocou no 2º pau.

Neymar, livre, apenas desviou para o gol aberto. Barcelona 2 a 0.

O camisa 11 fez 7 gols na Copa, um a menos que Iago Aspas do Sevilla.

O time do País Basco sumiu da partida. A projeção dos meio-campistas ao ataque, sobretudo de Mikel Rico e Beñat, inexistia. Faltou incomodar mais a meta defendida por Ter Stegen. Nos primeiros 45 minutos, Williams mandou no travessão a única chance da equipe.

A etapa derradeira começou com DNA ofensivo, como diria o outro. Os bascos sabiam que era necessário partir para o tudo ou nada. Os contra-ataques catalães, por outro lado, eram inevitáveis.

Vamos fazer uma pausa para lembrar que duas bandeiras se despediram de seus torcedores.

Xavi Hernández, bandeira dos Culés, entrou aos 10 minutos não só para ter sua última experiência no estádio, que foi sua segunda casa durante anos, mas também para carregar a tarja de capitão.

Iraola, autor de 510 jogos pelos Leones (o 4º maior na história do clube), deixou o campo, dois minutos depois, para entrar para a história. O camisa 15 deve ir para a Major League Soccer.

Enfim. Craques param, bandeiras se despedem, mas o futebol continua. Como Daniel Alves continua na lateral-direita do Barça, para tabelar com Neymar, chegar no fundo e cruzar rasteiro. Messi antecipa a marcação e, com uma trivela esperta, desvia no canto esquerdo. 3 a 0.


O Bilbao partiu para um gás final e conseguiu o gol da honra ou - como preferem os bascos - o gol do orgulho.

Ibai Gómez partiu pela esquerda e cruzou.

O garoto Iñaki Williams ganhou, de cabeça, de Busquets e cumprimentou o goleiro blaugrana. 3 a 1, restando 10 minutos no relógio.

Festa para os 35 mil bascos que viajaram 400 quilômetros aproximadamente, para chegar ao palco do estádio.

Neymar, outra vez, foi motivo para os nervos se aflorarem (como também havia sido no jogo do título espanhol contra o Atlético). O brasileiro tentou uma carretilha em Bustinza, mas foi abalroado. Os jogadores do Athletic partiram para cima dele, cobrando respeito.

Antes de acabar essa análise, queria saber uma coisa. Com todo respeito, que cabelinho sem-vergonha do Daniel Alves. Gostaria de saber o motivo pelo qual ele fez isso.


O doblete, no entanto, estava consumado. O Rei Felipe, que não estava dos mais felizes, estregou a taça à dupla Xavi-Iniesta. Juntos, como estavam naquele brilhante Barça da Era Guardiola, ergueram o segundo campeonato culé na temporada.


Semana que vem, será a chance da Tríplice Coroa para o Barcelona na Champions League, como também será da Juventus.

E Messi, caso a quinta orelhuda tenha como destino a sala de troféus do Barça, pode procurar um lugar para colocar a quinta Bola de Ouro de sua carreira.


Imagens: Mundo Deportivo

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