Seleção Brasileira - A postura e o resultado

Amigos, estamos mais uma vez juntos para falar de Seleção Brasileira, um tema cada vez mais indigesto, porém sempre será mencionado, apesar de quem a comanda, e dos problemas que temos, tanto em relação á uma geração sim, limitadíssima, e um técnico que também tem sérias limitações e receios. É claro, poderia ter sido muito pior, mas o time de Dunga falhou, e é disso que vamos tratar aqui.

O time Brasileiro foi inferior durante toda a partida, mas na etapa inicial ao menos se impôs quando tinha a bola, teve precisão na troca de passes, chegou menos, mas chegou. Porém a postura econômica e medrosa já se apresentava, com Elias preso, com laterais ofensivos inibidos, ficou clara a ideia de que o time foi ao Chile com medo, e com o objetivo do empate, não que o empate fosse um objetivo errado, ao contrário, mas o Brasil poderia ter tido mais vontade, mais ousadia, não teve, e isso culminou com o resultado final.

Antes ainda do fim da etapa inicial, Sampaoli já pode ter a leitura da paura de Dunga e abriu mão dos três defensores para colocar o experiente ponta Mark González, á partir daí o Chile cresceu demais e o jogo ficou totalmente na mão do time adversário, que fez seus gols com Eduardo Vargas e Alexis Sánchez numa linda jogada matando o jogo que já estava morto no fim. Em relação á polêmica do primeiro gol, até que era possível sim espalmar aquela bola, mas seria uma defesa á ser chamada de milagre, logo, não fazer um milagre não é falhar. Mas fosse ou não naquele lance, já se desenhava uma vitória Chilena, tivemos uma postura extremamente covarde, os contra-ataques onde poderíamos mudar a história do jogo, onde poderíamos promover o que no futebol é mais possível, que é o time inferior vencer o superior, ficávamos com medo, descíamos apenas com dois meias e os dois dianteiros, e perdíamos a bola, isso quando não freamos o contra-ataque, feio ver o Brasil jogar assim, como nanico, talvez mais feio do que se fossemos goleados.

Vejam, não que isso seja a causa da derrota, ou que eu esteja de marcação contra o atleta (até por que quem só sabe marcar é ele), mas apesar de ter "ficado na moda", após fazer gols na final da última Copa da Alemanha, não vejo razão para em pleno 2015, termos um jogador como Luiz Gustavo na nossa "cabeça de área", como é possível uma Seleção como a do Brasil, que sempre foi inspiração em termos de qualidade técnica e habilidade, ter um "cabeça de área brucutu" ainda, o futebol moderno pode ter e tem, centenas de defeitos que se fossemos enumerar e comentar daria um livro virtual, mas se há nele uma qualidade é a compactação, é a obediência tática em prol de um jogo mais dinâmico, onde todos defendem e todos atacam, todos trocam bem passes, todos tem capacidade de combater, sem pancadas. Respeitosamente podem discordar, mas acho totalmente desnecessário um 5 com suas características, Casemiro é mal visto por um momento ruim no SPFC, mas desde que chegou ao Porto, e agora no Real Madrid, vem apresentando um excelente futebol, um jogador de bom passe, de combate limpo, de força, que chega de trás e pode revezar com um Elias com mais liberdade para chegar de trás, e até mesmo Allan que vem de ótimas temporadas na Udinese e agora desponta no Napoli, pode ser uma opção ao próprio camisa 8 (7 no Corinthians), apenas creio que a mudança de postura também passa por peças, e é no meio que acontece, chega de Luiz Gustavos, e Fernandinhos, vamos virar essa página de volantes apavorados vendo Alemães sedentos por gol vindo pra cima. Ainda falando do nosso meio, especificamente neste jogo, no momento que vivíamos, Dunga além de ter hesitado demais nas mudanças, em minha visão errou na última, quando Oscar deixou o campo estávamos há dez minutos atrás no placar e sem perspectiva de empate, Lucas Lima é o cara da assistência, mas não vai clarear uma jogada com um grande drible, não vai carregar na velocidade um contra-ataque, não vai finalizar de fora, tanto que quase não se ouviu seu nome na narração, era o momento de dar uma chance á Renato Augusto, mais incisivo nesses aspectos, Dunga perdeu uma grande chance de experimentá-lo, nada tínhamos a perder.

Agora vem a Venezuela em Fortaleza, e a postura precisa mudar, se vocês não se lembram, nosso último encontro com a Venezuela (clique), na última Copa América foi bastante tenso, a Venezuela nos pressionou no fim e poderia nos ter tirado pontos, agora é o momento de deixar de se acovardar, soltar o time e garantir a vitória em casa, serão três pontos fundamentais em uma eliminatória que será a mais difícil sem dúvidas, mas que temos a faca e o queijo na mão para chegarmos ao mundial, lá nos decepcionaremos, mas temos obrigação de lá chegar.


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Foto: MowaPress