Amigos, estamos de volta para falar de um tema interessante, apesar de triste. Que são os contrastes de desempenho entre as seleções masculina e feminina no futebol olímpico. Enquanto nossas meninas vão dando show, com duas exibições muito convincentes. Nossa badalada seleção masculina passa vergonha, com dois empates em zero ante as duas mais fracas (na teoria e muito provavelmente na prática) seleções dos jogos. O que acontece com uma seleção que tem nomes ofensivos interessantes e teve elogiados os métodos de trabalho de Micale? Por outro lado, podemos esperar uma disputa por ouro no feminino? Algo que boa parte dos que analisam futebol estavam céticos antes de a bola rolar. Vamos tentar juntos desvendar esses temas.


Com apoio praticamente nulo, sem uma liga nacional forte e com salários mundo afora muito menos estratosféricos do que os garotos destaque de nosso ataque, mesmo os que aqui jogam. As nossas meninas vão se mostrando heroínas, venceram com autoridade os dois primeiros duelos, ante a China (clique) e com uma goleada fantástica por 5 x 1 ante a forte Suécia que além dessa força tem a treinadora bicampeã olímpica.

O sucesso de nossas meninas encontra base na seriedade, no foco no objetivo, na total ausência de VAIDADE (não estética, que fique claro) das atletas. Ninguém nessa seleção quer ser a protagonista em detrimento as demais, O jogo coletivo funciona, todas servem e procuram umas as outras, fazendo com que o time tenha uma química de jogo perfeita. O selecionado feminino tem uma líder técnica perfeita que é a Marta, que consegue também exercer sua liderança no aspecto moral e motivacional. Porém a camisa 10 do feminino não centraliza em si o jogo, ao contrário, está sempre buscando as assistências, o melhor posicionamento de suas companheiras e está sempre focada no que importa, que é o jogo em si e não em picuinhas.

Por fim em relação ao feminino, além de todas as qualidades já citadas desse time de forma superficial apenas, tantas outras poderiam ser citadas, vale mencionar Cristiane e sua presença inigualável, a maior artilheira de todas as edições de jogos olímpicos, que nos gera preocupação pela lesão. A qualidade fundamental que o selecionado de nossas meninas RESPEITA o comando de Vadão e isso certamente também contribui para que o jogo coletivo flua tão bem. As americanas são sim favoritas ao ouro, mas a manter esse espírito, nosso time pode chegar forte e dar uma alegria ao povo brasileiro na final



Já no masculino a conversa é outra. O time está totalmente desorganizado, nestes dois empates em zero, ante África do Sul e Iraque vimos um desempenho absolutamente patético. Sem coletividade, cada um pegava  a bola e tentava resolver de seu jeito, aparecer como "o herói", sendo que fazer um grande jogo frente á esses adversários com todo respeito, não configuraria em ninguém heroísmo; Está se debatendo muito responsabilidades de Micale nesse desempenho horrível. No meu entendimento ele não tem o respeito dos atletas mais badalados do grupo que formam o ataque desse time, é a única forma racional de explicar a falta de pensamento coletivo desse time, a displicência e a forma como tem tentado ganhar na marra, levando o jogo pra briga ante adversários claramente inferiores.

Esse pessoal quer moleza, como ganha em meses, muito mais do que todas as gerações de Micale vão ganhar durante toda a existência deste sobrenome, jogam o que querem, como querem e não há como isso dar certo, as equipes adversárias vieram dar a vida, vieram com mita garra, com um verdadeiro espírito olímpico e esportivo. Já nossos "garotos", do "baixo" de sua imaturidade e petulância, vieram brincar de quem faz o gol, de quem faz a jogada individual e futebol não funciona mais assim. Caso não queiram ficar queimados, esses moleques precisam reagir urgentemente e se portar como homens, mesmo que ainda não sejam, afinal recebem como homens (e homens de alto gabarito) tem noites quentes de homens e carregam toda uma expectativa da população sobre si.

Está se fulanizando bastante em Renato Augusto uma responsabilidade por esse insucesso que estamos presenciando. Eu vejo de uma forma um pouco diferente, é um cara que na impossibilidade de levar Thiago Silva e Douglas Costa foi sim uma proposta válida pela capacidade de organização de jogo, por não demonstrar a vaidade que temos visto nos atacantes, um cara que cumpre uma função tática que os pleiteados Lucas Moura e Coutinho não cumprem (além do fato que dificilmente seriam liberados). Penso que o grande problema não está na presença de um jogador, independente da ERRADA opção de carreira que fez. O grande problema está nessa vaidade, nessa falta de coletividade e de respeito ao treinador e sobretudo da falta de uma real liderança, algo que nosso camisa 10 nunca é e nunca será.



Nossa torcida é claro para que a situação do futebol olímpico masculino se reverta, pelo talento que esses garotos tem, pela possibilidade do título inédito em casa, enfim. Mas depende apenas deles, se eles NÃO QUISEREM como tem demonstrado, não somos nós que vamos entrar em campo e jogar pra valer, sem a mesquinhez que eles tem demonstrado. E quanto as nossas meninas, essas sim que nos orgulham, merecem nosso incondicional apoio, independente do que aconteça na sequência dos jogos.



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Imagens: AFP 




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Adriano Garcia

Amante da comunicação escrita e falada, cronista desde os 15 anos, mas apaixonado pela comunicação, seja esportiva ou com visão social desde criança. Amante da boa música e um Ser que busca fazer o melhor a cada dia.

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