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Vamos juntos conhecer um pouco sobre a biografia, propostas e visão de cada candidato à Prefeitura de São Paulo. O edifício Matarazzo nunca esteve tão concorrido. Ao todo são 11 candidatos ao posto de mandatário do executivo Municipal e você os conhecerá um a um, em posts regulares.



Com o lema “Acelera SP”, o paulistano, João Agripino da Costa Dória Júnior (58), é candidato pelo PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira) à Prefeitura de São Paulo. Católico e pai de três filhos, João é empresário, formado em comunicação (jornalismo e publicidade) pela FAAP e dono de um patrimônio de R$ 179,7 milhões (como declarado por ele ao TSE), entre empresas, imóveis, investimentos e obras de arte. Atualmente reside em uma casa no valor de R$ 12.426.000,00* no bairro Jardim América, nos Jardins, zona oeste da Capital. De acordo com o que foi declarado ao TSE, só nos Jardins, ele é proprietário de três imóveis que juntos ultrapassam o valor de R$ 19.000.000,00* (além da casa em que reside, ele é dono de outros dois imóveis, um no valor de R$ 4.278.846,88* e outro no valor de R$ 3.150.00,00*).
Foto: ÉPOCA


Quem o via andando pela cidade em um dos seus luxuosos carros, entre eles uma Porsche Cayenne (valor de R$216.422,40*), certamente têm se assustado ao vê-lo andando em cima de carros de som, vans de campanha e até mesmo a pé, fazendo o tão tradicional “turismo pela cidade” (o que não é uma peculiaridade apenas dele, mas sim de todos os que concorrem a uma vaga no poder). Enfim, para terminarmos esse detalhado relatório financeiro ou apenas apresentação do candidato Dória, temos uma curiosidade: ao declarar seu patrimônio ao TSE, o menor valor encontrado por nós, foi o ativo da caderneta de poupança (tenho certeza que a maioria se utiliza desse meio para o rendimento pessoal do capital, mesmo que com pequenos juros) com R$ 139,81.


Em campanha, ele (como todos) ressalta seu lado “humano”, contando alguns dos problemas vividos desde criança. João teve uma infância, relativamente, estruturada, já que sua família era descendente dos Costas Dória ( família brasileira constituída de senhores de engenho, militares e políticos no período colonial). Enfrentou durante a Ditatura Militar de 64, o que ele chamou de “momento mais difícil da minha vida” (entrevista ao extinto Jornal da Tarde, do ESTADÃO), pois sendo o seu pai deputado federal eleito pela Bahia, teve durante esse período os seus direitos políticos cassados, tendo que se exilar em Paris, na França. Ao voltar para o Brasil, com uma situação financeira extremamente debilitada, a senhora Maria Sylvia – mãe de Dória – abriu uma fabrica de fraldas, onde Dória trabalhou por alguns anos. Em uma entrevista ao ESTADÃO, no ano de 2010, ele cita, com detalhes, esse período. “Foi difícil, tínhamos que comer arroz, feijão e salsicha, durante dias seguidos. Não havia sobremesa. O luxo máximo era ki-suco, eventualmente, uma gelatina no final de semana”, disse o candidato, que talvez, num relapso, não pensou que existem milhões de pessoas no mundo, que não tem ao menos arroz, feijão e salsicha. Outro momento triste, para ele, foi a morte de sua mãe, que sofria de pneumonia, em 1974 com 34 anos.


Hoje, pleiteando a cadeira principal do edifício Matarazzo, Dória traz em sua campanha, o orgulho de ter enfrentado inúmeros problemas e ter passado por estes com muita maestria. Reforça a ideia de ter iniciado a trabalhar cedo, com 13 anos, e de ser um exímio gestor, administrador de empresas. Mostra a São Paulo seus lindos, requintados e brilhantes projetos, com nomes sofisticados e que enchem os olhos dos eleitores.


Dória usando uns dos seus muitos e belos suéteres; Foto:UOL
João Dória terá que enfrentar, e tentar quebrar o olhar desconfiado do povo, que ficam com o “pé atrás”, quando o candidato vem do setor empresarial. Será difícil, mas se ele quiser ganhar, terá que se mostrar popular (muito complicado, já que não larga seus suéteres de “coxinha”) e cativar os eleitores paulistanos.

*Dados declarados pelo candidato ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral)
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Claudio Porto

Jornalista independente.

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1 comments so far,Add yours

  1. Pois é Cláudio, muita nebulosidade, muitas contradições tanto em sua história, como em suas mirabolantes propostas. É difícil entender a candidatura em si e a postura de uma pessoa sim, firme, mas que sempre se mostrou um cara educado e equilibrado.

    A população não cai mais no estereótipo do político que abraça pessoas e se limpa em seguida, que come nas ruas fazendo cara feia, que ataca excessivamente os adversários, que faz propostas malucas e impraticáveis. Aquele velho estereótipo que Dória MAL ASSESSORADO decidiu adotar. Por mais marketing e dinheiro que tenha, é uma candidatura que não deve alcançar o segundo turno, no meu modesto entendimento.

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