Em nome da
governabilidade Temer, sob os comandos de FHC, inicia a passagem do bastão para
o PSDB
Após seis meses de governo, o presidente Michel Temer passa por um momento nada favorável. Os
últimos dias foram agitados no Planalto. Quando assumiu, Temer veio a todos e
disse que faria de tudo para reverter à situação critica do país. Trouxe com
ele grandes nomes da política econômica e contava com o discurso de uma base
aliada sólida e apoiada pela opinião pública, diferente do governo Dilma. Vemos
que o tempo passou, nada se revolveu e os ventos mudaram. Não é mesmo, presidente?
Mesmo sendo improvável que ocorra, na ultima segunda (28), a bancada do PSOL na
Câmara protocolou um pedido de abertura de um processo de impedimento para o
presidente Temer. Eles alegaram o famigerado crime de responsabilidade que
talvez o presidente teria cometido ao se envolver no imbróglio envolvendo os
ex-ministros Geddel e Calero.
O impeachment é impossível para esse ano. Isso mesmo, para
esse ano não há qualquer chance de admissibilidade do processo. O primeiro
ponto é a aliança existente entre o responsável pelo recebimento ou não do
pedido, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e o presidente Temer. O segundo
ponto e principal, é a falta de tempo hábil para a tramitação do processo,
visto que caso haja o impeachment ainda em 2016, seria necessário à convocação
de eleições diretas e gerais, o que muitos parlamentares não acharam
interessante. Eles preferem esperar o inicio do ano que vem, e assim pensar na possibilidade, pois haveria uma mudança considerável, as eleições deixariam de
ser diretas e passariam a ser indiretas, em que o pleito seria comandado apenas
pelo Congresso Nacional, sem qualquer intervenção popular.
Temer está perdido. Perdeu seis ministros, todos enrolados
na Operação Lava Jato, e agora para se manter no poder, corre para pedir ajuda
ao PSDB. Quando a Dilma caiu o principal problema constatado pela população foi
à questão econômica. Pois bem, depois de todo esse tempo, o presidente, mesmo
com os seus prestigiados ministros, não conseguiu impor nada que recupere a
economia do país. Os números só pioram e a pouca credibilidade do governo, se torna
cada vez mais rarefeita. Tentando acabar com essa sequência, o presidente
estuda colocar mais figuras do PSDB no primeiro escalão. Até o momento, o
partido de Aécio Neves comanda apenas duas pastas no governo peemedebista, o
ministério das Cidades, com o deputado Bruno Araújo, e o ministério das
Relações Exteriores, do senador José Serra. Semana passada, Temer almoçou com o
ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, o senador Aécio Neves e outros
integrantes do PSDB para dialogar a possibilidade de entregar a Secretária de
Governo ao partido.
Muito curiosa toda essa situação, pois quando houve o
processo de impeachment sobre a ex-presidente Dilma, tivemos burburinhos de que
todo aquele espetáculo político teria sido financiado pelo PSDB. Como pode você
pagar por algo e não ter acesso aquilo? Realmente não é justo você pagar e não receber
nada em troca. Será que o Michel está entregando o que já é de direito do PSDB,
sem a necessidade de qualquer intervenção desses xerifes ou defensores do
consumidor?
Michel tem que escolher entre estar do lado do povo ou
esquecer qualquer dado de popularidade e correr para o abraço de seus amigos do
Congresso Nacional, e assim aprovar as medidas, ditas de recuperação, que
certamente só aumentará sua impopularidade.
A política nacional
passa por um curioso momento, hoje não mais, os políticos tentam desviar, se
apropriar de recursos públicos. Parece que a fase mudou, hoje mais do que
nunca, eles querem apenas evitar suas prisões e, talvez no futuro, voltarem a
cometer os crimes em que eles já são considerados masters.
ERRATA
Publiquei ontem, aqui mesmo no JC, o artigo intitulado de “Asemana em que a corrupção venceu”. Lá eu cometi o erro de mencionar o
senador Romero Jucá (PMDB-RR) como sendo o atual relator do Projeto de lei 280,
de autoria do presidente do Senado, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL). Peço
desculpas e explico que, como dito no artigo, a proposta foi entregue em julho
desse ano com o senador Romero Jucá sendo o relator, porém no inicio do mês o ele
deixou a relatoria. Atualmente o relator é o senador Roberto
Requião (PMDB-PR).
Olha Claudio, com todo respeito, tens razão quanto ao NÚMERO de cargos menor do que se imaginaria, mas a grande negociata no meu ponto de vista é para uma passagem de bastão em 18, a grande questão é se o PMDB é confiável, evidentemente que não é.
ResponderExcluirMas as NEGOCIATAS rolam soltas e formam a base do governo, tenha certeza de que de uma forma ou outra, o PSDB está tendo o que pleiteia. A deposição de Temer é uma possibilidade sim, geraria eleições indiretas, mas seria um cenário muito peculiar e emblemático, a chegada do Tucanato ao "pudê" por via indireta, seria "engraçado".