Vamos acompanhar semanalmente o mandato do prefeito peessedebista João Dória à frente da Prefeitura de São Paulo. O "Gestor", como ele bem frisa, terá muito trabalho no comando da maior cidade da América Latina, e estaremos atentos a todas as suas ações. Portanto, todo sábado, traremos aqui um compilado do que o mandatário realizou em suas atribuições.

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1ª Semana - De vassourada à multa por atraso


Começou cedo e varrendo. Eram 05h30min da manhã de segunda-feira (02), quando o prefeito João Dória chegou à região da Praça 14 bis na zona oeste da cidade para varrer, literalmente, os quatro anos de gestão do petista Fernando Haddad. Ao lado de assessores e do novo secretariado, Dória, trajado de gari, deu inicio ao seu mandato gestacional nesse próximo quadriênio. Assim como o presidente, Michel Temer, fez ao avisar a imprensa que iria buscar seu filho, Michelzinho, na escola em que o garoto estuda no ano passado, buscando promover a figura da família, o prefeito peessedebista também encheu os arredores da Av. Nove de Julho de jornalistas, que, de certa forma, elevaram a imagem do, tão cantado em campanha, “João Trabalhador!”. O ato marcou a inauguração do projeto “Cidade Linda” que tem sido comparado ao “Belezura” da ex-prefeita e atual senadora, Marta Suplicy, quando passou pela prefeitura no inicio dos anos 2000. Na época, a prefeita também saiu às ruas para limpar e até pintar fachadas, como houve no episódio em que iniciou a pintura do estádio Pacaembu. 


Marcada pela faxina, a primeira semana do ano fez realçar problemas antigos e “soluções” hollywoodianas. Ainda na segunda-feira (02), enquanto o prefeito discursava e enchiam os olhos de, ao menos, três milhões de paulistanos, outros 16 mil, também paulistanos, que moram nas ruas da cidade, foram enxotados de seus espaços. Em nome do “linda”, moradores ali dos arredores da Praça 14 Bis tiveram pertences retirados pela GCM (Guarda Civil Metropolitana) e foram enviados para debaixo do Viaduto 9 de Julho que três dias depois, na quinta (05), além das grades, recebeu uma espécie de tela verde para a invisibilidade dos já invisíveis. Mesmo ele tendo dito que é uma “ação emergencial”, convenhamos que pegou muito mal. 


Depois da desastrosa tentativa de esconder a realidade, Dória anunciou que pretende empregar 20 mil moradores de rua até o final do ano. O programa “Trabalho Novo” que terá seu lançamento no próximo dia 21 será destinado aos que residem nas ruas, desde que eles assumam o compromisso de deixar essa situação em até 90 dias. A prefeitura já comunicou às empresas que prestam serviços de limpeza e manutenção para a cidade, para que elas destinem vagas de varredores de ruas para esses moradores. Eles receberão por mês, o valor reajustado do salário mínimo (R$937,00).


O prefeito voltou a vestir sua roupa de gari nesse sábado(07). Já na região da Av. Paulista, ao lado da atriz Regina Duarte Dória deu continuidade ao seu “Cidade Linda”.


Além do “Cidade Linda”, o prefeito ainda visitou algumas UBS (Unidade Básica de Saúde), conversou com moradores e anunciou redução de gastos com aluguel de carros, custos de escritórios e criação de multas para os secretários que se atrasem em reuniões e eventos da Prefeitura. Vale lembrar que estamos falando de São Paulo, a megalópole do trânsito caótico em que atrasar-se é mais comum que o Dória trajando camisa social ou suéter. 


 E por falar em trânsito, outra ação do prefeito foi liberar o Viaduto Plínio de Queirós para automóveis. Desde novembro do ano passado, o elevado estava aberto somente para ônibus e táxi. Agora todo automóvel que esteja com, ao menos, duas pessoas poderão trafegar por cima, independente do horário. O curioso é que o elevado é caminho do prefeito de sua casa, do Jardim Europa, até o Edifício Matarazzo, no centro. E no caso do prefeito, o seu automóvel sempre estará com duas pessoas: Dória e o seu chofer (vulgo motorista).

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Claudio Porto

Jornalista independente.

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2 comments so far,Add yours

  1. Só uma observação, "Cidade Limpa" foi o programa de Kassab, que criou todas aquelas regras, dificultou o trabalho de quem faz toldos, inviabilizou outdoors, enfim. O da Marta se chamava "Belezura", (a cara dela aliás esse nome, cara de socialite)...

    Pouco a dizer sobre esse começo DEMAGOGO e lamentável de Dória, parece que ele fez cursos com Maluf e Russomanno de demagogia, ir ás ruas vestido de Gari pra ser paparicado é uma ideia infeliz, VÁ A PERIFERIA ver se os equipamentos públicos estão funcionando, aí sim teria valia.

    Enfim, Dória se diz tanto um gestor, mas repete e amplia trejeitos dos velhos coronéis da política, aliás, o que remete ao seu passado, suas "raízes".

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    1. Em relação ao funcionamento desse programa de emprego aos moradores de rua, sou cético, mas se funcionar, será espetacular, vejamos. Inclusive isso contrasta com o que tu mesmo cita, da tentativa de ESCONDER a realidade dessas pessoas, em nome da "lindeza" proposta pelo nosso pele macia..

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