Esse é um novo quadro gerenciado por mim, Gabriel Lemos, correspondente da NFL. O futebol americano se tornou uma febre no Brasil, principalmente nos últimos anos. Aqui no Jovens Cronistas, por exemplo, é um dos assuntos que mais traz visualizações.  

O nome Papo na Tailgate se tem como referência a tailgate (na tradução livre: porta malas). Para o linguajar do esporte, tailgating nada mais é do que aquela reunião de pessoas antes dos jogos, ao redor dos estádios para beber, conversar e fazer aquele churrasco (ou qualquer outra coisa, mas geralmente é churrasco), enquanto aguarda o início da partida. É nomeada como tailgate, pois a maioria das confraternizações com o porta malas do carro aberto, utilizando como mesa, banco ou simplesmente aumentando aquele som pré-jogo.  

Como meu primeiro entrevistado, Fábio Ribeiro falou comigo direto do Espírito Santo. Fábio tem 23 anos e está mestrando em informática. Seu time? Arizona Cardinals. 

Então, Fábio, me conte: por que Arizona Cardinals? 

Morei no Arizona durante 2 meses, em 2014. Morei em Phoenix, então a proximidade com a franquia me fez ser torcedor dos Cardinals. Infelizmente não fui em nenhum jogo no University of Phoenix Stadium quando tive a oportunidade. Me arrependo profundamente disso. 

Você se considera um apaixonado pelos Cardinals? 

Sim, me considero um apaixonado. Afinal, só apaixonado mesmo para aguentar aquela linha ofensiva! Hahaha. 

Hahaha. Belo gancho, voltarei ao assunto "linha ofensiva" mais adiante. Me conte, qual foi o momento em que você se sentiu um apaixonado pelo vermelho e branco de seu time? 

Ah, Lemos, foi naquele Divisional Round da temporada de 2015. O jogo aconteceu em 2016 e aquela vitória sobre o grande Green Bay Packers, na prorrogação mexeu comigo.  

Fui um jogo e tanto, mesmo. Bom, nem tudo são rosas: qual o momento em que você mais se sentiu triste? 

Aquela derrota para o Carolina Panthers na final de conferência do mesmo ano. Foi logo após aquela epopeia contra os Packers. Os 49 a 15 foram realmente dolorosos. Era uma ida ao Super Bowl. 

Você certamente deve ter assistido ao Super Bowl 50, entre Carolina e Denver. Você acredita que o Arizona Cardinals teria alguma chance, se tivesse vencido dos Panthers naquela noite? Eu digo, a defesa de Denver era muito forte. 

É uma pergunta difícil. Seria um confronto de defesas... Acho que qualquer coisa pode acontecer no Super Bowl. 

Ser torcedor dos Cardinals (ou simplesmente acompanhar a NFL) mudou o que na tua vida? 

Como todo o esporte, existe o lado social. Conheci muita gente, fortaleci muitas amizades. Comecei a acompanhar o Vila Velha Tritões, que joga a BFA. Fui lá ver jogos... 

Realmente abre novas portas. Mas vamos voltar ao assunto da linha ofensiva. O que você está achando do time nessa temprada? O que melhorar? 

Primeiramente a linha ofensiva, pois o pass block e run block estão muito a baixo do aceitável. Temos alguns problemas com o corpo de recebedores, que sofre com as constantes lesões do John Brown. A lesão de David Johnson é um grande problema, mas com as falhas de bloqueio acredito que ele não teria metade do impacto que teve ano passado.Outros lesionados que fazem falta são: Markus Golden (OLB), D.J. Humphries (T), Robert Nkemdiche (DT). 
A defesa vem bem, porém sofre com o cansaço proveniente dos fracassos no ataque. A secundária às vezes é inconstante, principalmente o cornerback Justin Bethel. 
Outra coisa que me incomoda bastante é o play callingSinto muita falta de jogadas mais elaboradas e surpreendentes. 

Até que ponto você acredita que os Cardinals podem ir, com base nesses primeiros 4 jogos de temporada? 

Acredito que é possível brigar pela divisão, por conta do calendário. Acho que o wild-card não deve vir para a NFC West esse ano. Para brigar pela divisão, é necessário ajustar boa parte dos problemas que citei anteriormente. 

Gostaria de saber qual sua sincera opinião sobre minha coluna: "Precisamos dar uma chance para Blaine Gabbert"Sou conhecido por ser um colunista com fortes opiniões. Nessa coluna, coloquei que o Carson Palmer estava ultrapassado e que Gabbert deveria receber uma chance como QB da franquia. Claro, Palmer me calou contra Dallas. 

Não vejo Carson Palmer como um problema. Ele é um QB com idade avançada e precisa de um pocket com proteção. Gabbert poderia ter um desempenho melhor por conta da mobilidade e capacidade de sair do pocket. Contudo, isso sempre é uma questão complicada, pois envolve playbook, liderança, conhecimento do corpo de recebedores, confiança e etc. Se a OL proteger e o play calling melhorar, acredito que Palmer tem gasolina no tanque para jogar bem essa temporada. 

Já estamos chagando ao final, mas eu gostaria de saber: tens alguma história engraçada, curiosa, divertida, trágica ou relevante de sua relação com o esporte ou o Arizona em si? 

Além de todo mundo zoar por não ter Super Bowl? Acredito que não. O mais engraçado que consigo pensar é que em 2014, toda a loja que eu entrava em Phoenix, eu via camisas do Fitzgerald, sem fazer ideia de quem era. Depois que fui conhecer o jogador fantástico que ele é. 

Hahaha, realmente. Ele é Hall da Fama! Bom, vamos agora ao Quebrando Tackles? Vamos ver como você se sai quebrando os meus tackles 

Melhor jogador da equipe, no ataque? Larry Fitzgerald. 

Pior do ataque? Alguém da OL. Eu diria o Jared Veldheer. Os outros é melhor esquecer. 

Melhor jogador da equipe na defesa? Patrick Peterson, melhor CB da NFL. 

Podemos discordar dessa última aí... Bom, e o pior da defesa? Difícil dizer, mas dos titulares eu acho que o Justin Bethel. 

A pergunta clássica: Brady ou Manning, quem é o GOAT? Ou é outro? Se olhar o termo, Greatest of All Times, acho que é indiscutível o Tom Brady. Acredito que "Peytão da Massa" foi melhor que ele em termos de técnica na posição de quarterback. 

Estou contigo nessa. Campeão da NFC, campeão da AFC e campeão do Super Bowl LII? Vale clubismo? Hahaha. Da AFC, Denver Broncos. Da NFC, Arizona Cardinals, assim como no Super Bowl. 

Hahaha. Espero que você acerte apenas 33% dessa aí. No caso, erre apenas o Super Bowl. Me fale, qual time vai ser o primeiro a escolher no Draft de 2018? Ao que tudo indica, Cleveland Brows. Os outros times que começaram com 0 vitórias e 4 derrotas têm potencial para dar a volta por cima. 

Muito bem. E para finalizar, MVP da temporada? Matthew Stafford. 

Obrigado Fábio, por essa entrevista. Espero que possamos voltar a conversar mais sobre futebol americano ao futuro. Obrigado! E boa sorte para encontrar algum torcedor dos JaguarsHahaha. 

Em um clima descontraído, terminei a entrevista com Fábio. Ele é um apaixonado por seu time, assim como tantos brasileiros que não tiram os olhos da bola oval e fazem de seus domingos um evento religioso perante ao esporte. 

Em breve entrevistarei outra pessoa que também se dedique à sua paixão pelo esporte da bola oval. Afinal, a NFL cresce cada vez mais no Brasil e a cada dia que passa estamos a menos jardas de um jogo da liga por aqui... 

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