...Marun na
articulação dos esquemas pela reforma da previdência, aquela necessária para
evitar o “colapso”, enquanto o Congresso acelera a doação natalina de 1 trilhão
de reais às petroleiras estrangeiras
Já foram 18 meses sob o (des)governo Temer. Michel Elias
Temer Lulia, considerado pela Procuradoria-Geral da República como sendo chefe
do “Quadrilhão do PMDB” – organização criminosa formada por “grandes nomes do
quadro político” do partido do “Movimento Democrático Brasileiro” -, está
aproveitando sua passagem, insuperável no quesito impopularidade – é difícil
batê-lo nas pesquisas de rejeição -, para colocar em prática as “obras” de sua
“ponte para o futuro”. Contraditória e curiosamente, o futuro desta tal ponte é
muito parecido com o passado. Situações e trejeitos de uma política que, para
alguns, por conta das operações de investigação, pareciam ter ficado para trás,
lá para trás, com a versão de um nosferatu tropical – Temer - ganharam nova
roupagem e, pior, com apoio da mídia tradicional, são vendidas como
pertinentes, ou seja, necessárias, quando não o são.
Com o Projeto de Lei 15/2016, no Senado, Temer chegou
tentando, sem êxito, alterar a Lei de Responsabilidade Fiscal, que tinha
“sustentado” o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. Derrotado pela
morosidade dada pelo Congresso ao projeto, que ainda aguarda apreciação do
Senado, Temer não desanimou e na sequência, já com êxito, conseguiu estabelecer
a conhecida “PEC do Fim do Mundo”, a Emenda à Constituição 95, que impõe teto
para investimentos baseado na taxa de inflação do ano anterior; alterou a Lei
que regula o trabalho terceirizado no País; sancionou o desmonte de mais de 100
pontos das CLTs com a reforma
trabalhista; e agora, tenta emplacar a “menina dos olhos” do (des)governo com a
“contrarreforma da previdência” – pelo meu editor-chefe -, o presente sórdido
para este Natal prometido ao menos pelos deputados federais – por questão de
tempo, caso aprovada na Câmara, os senadores só debruçarão sobre o tema na
volta dos “trabalhos” parlamentares, em fevereiro.
Deputado pelo PMDB-MS,
Carlos Marun, enfim assumiu a Secretaria de Governo do (des)governo Temer,
pasta que só existe para manter firme os obscuros esquemas entre a turma
palaciana e o mais corrupto Congresso da Nova República. Ele chega depois que o
deputado Antônio Imbassahy (PSDB-BA) deixou o cargo na semana em que seu
partido, o “tucanistão”, realizou sua convenção nacional e decidiu por
desembarcar do (des)governo.
Carlos Marun é peça chave na articulação pela aprovação da“contrarreforma da previdência” no Congresso. Ele representa o chamado “baixo
clero” da Câmara dos deputados, aquele unificado no fisiológico até os dentes
“Centrão”, fundado pelo deputado cassado, preso e aliadíssimo de Marun, Eduardo
Cunha (PMDB-RJ).
De acordo com alguns jornais da mídia tradicional, o
(des)governo está distante do número mínimo para a aprovação das mudanças em
plenário, sendo em dois turnos, na Câmara. Alguns levantamentos dão conta que
Temer e Meirelles – patrono das reformas e parceiro íntimo do mercado
financeiro-, teriam no máximo 300 deputados dispostos a votar favorável ao
texto que impõe idade mínima para ter direito ao beneficio da aposentadoria,
condicionada a 15 anos de contribuição ao INSS. O (des)governo precisa de, no
mínimo, 308 votos em duas votações para aprovar o texto-base da
“contrarreforma”.
Em frente às câmeras e nas tribunas, a justificativa para as
mudanças no regime previdenciário é um eventual colapso da economia. Nos bastidores,
o mérito, a necessidade dessa “contrarreforma da previdência” e seus efeitos
práticos, nunca estiveram em pauta. Os muitos cafés-da-manhã, almoços e
jantares promovidos no “Bom Prato”, posto Palácio da Alvorada, eram sempre
animados com pedidos por cargos, repasses de emendas parlamentares e escambo
com projetos de lei.
Só na última semana, o (des)governo não hesitou em usar sua
“bitcoin” em mais alguns perdões de dívida, as já famosas anistias fiscais que começaram
com os 338 milhões e 25 bilhões de reais aos bancos Santander e Itaú,
respectivamente; passou pelos ruralistas do “Agro é Pop”, o agronegócio, com o perdão na casa de 5 bilhões de reais, e chegou às petrolíferas estrangeiras, que
de uma vez só, se livrando de 54 bilhões em dívidas contraídas entre 1997 e
2014, e estão levando pouco mais de 1 trilhão de reais, em 22 anos de
incentivos e isenções fiscais pela Medida Provisória 795, aprovada pela Câmara
no último dia 06 de dezembro, e tratada com grau de urgência no Senado.
Os mesmos bancos que receberam anistia fiscal, ou seja,
perdão de suas dívidas, e a classe empresarial, são os fiadores da “contrarreforma
da previdência”. Os bancos, por vislumbrar um campo mercadológico sem o INSS e
a chance de emplacar seus planos de previdência privada. A classe empresarial,
pelo maior perdão fiscal de todos, a própria “contrarreforma da previdência”,
já que o único déficit encontrado pela CPI, instaurada no Senado, é a dívida
bilionária deixada pelo calote que muitas das grandes empresas brasileiras,
algumas já falidas, deram – e dão – a Previdência Social.
Entre as empresas, a J&F
dos empresários presos Joesley e Wesley Batista lidera o pelotão de PJs –
Pessoas Jurídicas – ainda em funcionamento, que não deram abertura de falência,
com 2,39 bilhões de reais em dívidas com a Previdência Social. O hoje patrono
da “contrarreforma”, ministro Henrique Meirelles, curiosamente integrou – chegando
a presidir - o conselho-administrativo da empresa dos batistas e, certamente,
sabia – e sabe – do calote que a empresa dava – e dá – a mesma Previdência
Social que hoje ele alardeia estar “preocupado”.
O (des)governo e o Congresso pensavam em votar a
“contrarreforma” na segunda-feira (18), mas, de acordo com o líder do (des)governo no Senado, o senador Romero Jucá (PMDB-RR), o da "suruba", só deve ser pautada no plenário da Câmara no retorno do recesso parlamentar, em fevereiro.
As centrais sindicais e os movimentos organizados estão atentos às movimentações do (des)governo e planejam atos para o dia em que a Câmara pautar a votação das mudanças no regime previdenciário.
Pressão popular, ao menos nas redes sociais, e o medo em não alcançar o número mínimo de votos para a aprovação, fizeram o (des)governo dar aquela "arregada".
As centrais sindicais e os movimentos organizados estão atentos às movimentações do (des)governo e planejam atos para o dia em que a Câmara pautar a votação das mudanças no regime previdenciário.
Pressão popular, ao menos nas redes sociais, e o medo em não alcançar o número mínimo de votos para a aprovação, fizeram o (des)governo dar aquela "arregada".
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